Os jovens mandam uma, duas, três a toda hora e em qualquer lugar: por que não?

>> segunda-feira, 25 de março de 2013


Eu tenho feito isso, mas confesso que todas as vezes que vou usar uma exclamação (!) eu me pergunto porque estou fazendo isso. E você, usa muito?

! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! 

Fatores colaboram para a dependência da

exclamação: é a pressa que me faz mandar

 'abs!', 'bjs!' e 'hahaha!'
* * * * 

NÃO LEMBRO quando usei pela primeira vez, mas imagino que as razões tenham sido as mesmas de todo mundo: dar uma descontraída, uma turbinada. Que mal tem? -devo ter pensado: grandes artistas usaram, os jovens mandam uma, duas, três, simultaneamente, a toda hora e em qualquer lugar: por que não? Se soubesse, lá atrás, onde iria chegar, jamais teria experimentado: agora é tarde, Inês é morta. Ou melhor: é morta!!! -digo, exibindo a céu aberto meu vício nesta praga ortográfica: a exclamação.
     Não quero me eximir da responsabilidade -um alcoólatra não pode culpar um pé na bunda, a má fase do Palmeiras ou as letras do Reginaldo Rossi por seu estado-, mas há, decerto, fatores que colaboram para a dependência. No meu caso: a pressa. Tivesse mais tempo para tudo o que não é trabalho, conseguisse cultivar as amizades com a calma que elas merecem e não estaria agora enviando e-mails com "abs!", "bjs!", "claro!", "vamos!" e até mesmo -Deus, em sua infinita misericórdia, tenha piedade de mim-: "Hahaha!!!".
     Entendam, não é por mal. Ontem, por exemplo: eram umas três e meia a tarde, a crônica estava atravancada, o deadline aproximava-se como o solo na queda livre e eis que chega o e-mail de um amigo querido, que não vejo há anos. Ele conta do filho que nasceu, do emprego que arrumou, lembra de um Réveillon que passamos juntos, em Ubatuba, desenterra uma piada que à época nos fez rir muito e que agora me enche de nostalgia.
     Não é uma mensagem a que se possa responder correndo, de modo que a guardo para o fim do expediente, quando, já tendo entregue a crônica e me desincumbido de todos os outros penduricalhos profissionais, poderei contar minhas aventuras e desventuras nos últimos tempos, relembrar algum momento daquela viagem, agregar à piada certo detalhe que ele deixou escapar.
     Mas quem disse que consigo desincumbir-me dos penduricalhos? Eles não têm fim. Graças a Bill Gates, Steve Jobs e seus comparsas, que grilaram o tempo ocioso de toda a humanidade, o transformaram em dólares e o depositaram em suas contas bancárias, arrasto atrás de mim uma matilha de celulares, tablets e laptops, bichos mais carentes do que labradores num canil, requerendo continuamente a minha atenção, com seus ganidos eletrônicos: seus "trrrrllls" e "pims" e "brrrrlums".
     Um e-mail tão importante, contudo, não pode ficar sem resposta -e é aí, meus amigos, que o homem vacila. É aí que, hesitante entre um dos lados na bifurcação -escrever direito a mensagem, abandonando um pouquinho o trabalho ou deixar para outro dia, dando uma mancada com o amigo-, acabo não escolhendo lado nenhum e metendo o carro no canteiro central -o que, no caso, significa enviar: "Saudades, Fabião! Cerveja, em breve?! Abs!!!".
     De noite, na cama, a mensagem fica zunindo em meu ouvido, como um pernilongo. O "Abs!!!", principalmente. Ridículo. De que adiantam três exclamações num abraço que sequer abriu-se com todas as letras? Decido que amanhã, antes de qualquer coisa, escreverei um e-mail decente pro Fábio.
     É o que reafirmo hoje, quarta, diante do tablet, enquanto tomo café: assim que acabar de conferir os e-mails, escreverei para ele. Juro!!!

Crônica publicada no jornal Folha de São Paulo em 13/03/2013

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A arte de ser infeliz

>> sexta-feira, 15 de março de 2013

Texto de Sergio Riede falando sobre a Arte de ser Infeliz
     Quando lecionava Relações Humanas nos cursos pra caixas-executivos do Banco do Brasil, na década de 1980, eu já utilizava alguns trechos do livro Sempre Pode Piorar ou A Arte de Ser Infeliz, de Paul Watzlawick. Achava interessante refletir sobre a forma como reagimos ao que acontece a nossa volta. Não sei por que voltei a pensar nisso recentemente. Aliás, acho que sei. Navegando em redes sociais, lendo comentários que leitores postam sobre notícias em jornais impressos e na internet, ouvindo comentários de pessoas próximas, tive acesso a uma espécie de reciclagem ou pós-graduação na arte de ser infeliz.

     Sim, porque ser infeliz é uma arte e não é pra qualquer um! A pessoa tem de saber ignorar todas as possibilidades de escolha que possui. Necessita aprender a terceirizar a culpa com muita perspicácia. Agora com a internet está um pouco mais fácil exercitar o azedume. A infelicidade está ao alcance de todos! Tem gente que usa pseudônimo e vira um aguerrido militante de sofá. Contra tudo e contra todos. Até contra o tempo! Se fizer calor, reclama que está quente. Se esfriar um pouquinho, pergunta onde vamos parar com esse clima. Se não chove, diz que o mundo vai acabar. Se a chuva cai, esbraveja contra a chatice da falta de sol.

     O sujeito graduado na arte de ser infeliz acredita que é sempre o último que o garçom vê; que o outro motorista (seu adversário!) saiu de casa decidido a lhe torrar a paciência; que o Brasil é o pior país do mundo em tudo; que a empresa onde ele entrou depois de batalhar pra passar em um concurso disputadíssimo é a pior do universo; que os sindicatos estão sempre tramando contra ele; que as entidades de funcionários não fazem nada do que ele deseja; que os parentes querem se aproveitar dele; que seus filhos são uns ingratos; que seus empregados são indolentes; que seus chefes têm orgasmos só de pensar em lhe prejudicar. Uma pessoa que sabe ser infeliz de verdade nunca diz do que gosta, não tem o seu partido político de confiança. Geralmente, só fala do que detesta, do que lhe causa nojo. Para ela, os outros são “aquela corja”. Mas ela não costuma colocar nada no lugar do que não gosta. Basta odiar, basta destruir, basta vociferar e está tudo resolvido!

     No entanto, é preciso reconhecer: não é mole pra essa pessoa imaginar um cenário onde todo mundo conspira contra ela! Não é fácil esse alguém ter uma autoestima tão elevada a ponto de fazê-la se sentir, talvez sem perceber, o ser mais perseguido do universo. Porque, vamos combinar, pra ser vítima deste tanto, a pessoa só pode se sentir alguém muito importante, não é mesmo?

     Não sei se vocês têm se deparado com alguém assim por aí! Eu temo que sim. E faço um esforço danado pra não ver gente assim refletida em meu espelho. Mas não é fácil, porque a tentação é grande.

     Quando acontece algum fato desagradável com a gente, podemos reagir de muitas maneiras diferentes. Podemos esbravejar, lamentar, nos desequilibrar, nos conformar com a posição de vítima, ou podemos tentar manter conosco o poder de administrar nosso humor. Ok, nem sempre isso é fácil! Mas vamos pensar juntos: se a gente sai de casa feliz em uma bela manhã, dirige o carro ouvindo uma música gostosa e leva uma fechada de um motorista distraído, vale a pena transferir a esse motorista o poder de definir nosso humor no momento? Ou quem sabe o humor que vai tomar conta da gente o dia inteiro?

     Circula pela internet uma tal de Teoria 90/10, atribuída ao escritor Stephen Covey. Não gosto de nada que pareça receita de bolo. Não sei com que modelo matemático o autor teria chegado à equação 90/10. Mas parece que faz bastante sentido o raciocínio: segundo a teoria, apenas 10% das coisas que acontecem com a gente são fatos. Os outros 90% são as reações que temos diante desses fatos. E é o tipo de reação que temos diante das adversidades que define o tom que damos a nossas vidas. Nem sempre dá pra aliviar diante de algo que nos parece ofensivo. Mas, na maior parte do tempo, a gente poderia gerenciar melhor nosso quociente de felicidade. Ou de alegria. Ou, no mínimo, de serenidade.

     Que a gente possa realizar coisas interessantes e produtivas, juntos, neste ano que se inicia! E que nosso humor permita que a gente seja um pouco mais dono do próprio destino.


Sergio Riede
Presidente da ANABB
Fonte: Açâo - Jornal Anabb

beijos 
e um ótimo final de semana

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Venda de livros por R$ 10,00

>> terça-feira, 12 de março de 2013

Olá amigas (os)
Depois de um bom tempo quietinha no meu canto, só observando, resolvi voltar.
Saudades das conversas com tanta gente bacana que conheci por aqui.
E nessa volta trago também, não um presente (bem que gostaria, mas ainda não tenho condições), não um mimo (embora todas mereçam), mas sim uma oferta.

Em maio do ano passado nós lançamos o Manual de Casa com o título "Você não precisa gastar com tantos produtos de limpeza. Gaste pouco apenas adquirindo o "Manual de Casa".
O tempo passou, muitas pessoas compraram e aposto que estão com suas casas sempre limpas e perfumadas.
Mas hoje eu resolvi queimar o estoque (brincadeirinha......) e oferecer, a quem ainda não comprou ou a quem já comprou e gostou e quer presentear, ou indicar, o Manual por R$ 10,00 já com frete incluso.

Não vou vender pelo PagSeguro, pois senão eu teria mais despesas, e sim através de depósito em conta.
No site vai aparecer que está esgotado, mas eu tenho em estoque sim.
Dados bancários: Banco Itaú - ag. 6410 - conta 00039-9 em nome da DIGITEXTO Editora. 
Me informe depois em qual agência foi feito o depósito e envie junto o seu endereço completo. Pronto, simples assim.

Para as 3 (três) primeiras pessoas que responderem, vou enviar gratuitamente, ok?
(Desculpe gente, eu não tinha escrito antes, mas esses três só serão válidos se forem para o Brasil.)


Tudo o que você precisa para manter sua casa limpa e organizada
beijos

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